terça-feira, 29 de outubro de 2013

Dá-me o Teu perdão

Corrie ten Boom, uma devota mulher cristã holandesa, descobriu essa cura, a despeito de ter sido colocada em campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Ela sofreu muito, mas, ao contrário de sua amada irmã Betsie, que faleceu em um dos campos, Corrie sobreviveu. Depois da guerra, ela com frequência falava publicamente de suas experiências de vida e de sua cura e de seu perdão. 

Em certa ocasião, o antigo guarda nazista que participara da amarga prisão de Corrie em Ravensbrück, Alemanha, foi falar com ela, regozijando-se com sua mensagem sobre o perdão e amor de Cristo.

“Como estou grato por sua mensagem, Fraulein”, disse ele. “Ao pensar, como você disse, que Ele eliminou meus pecados!”

“Ele estendeu a mão para cumprimentar-me”, relembra Corrie. “E eu, que havia pregado com tanta frequência (…) a necessidade do perdão, mantive a mão abaixada. Mesmo quando os irados pensamentos de vingança ferviam dentro de mim, eu vi os pecados deles. (…) Senhor Jesus, orei, perdoa-me e ajuda-me a perdoá-lo. Tentei sorrir [e] esforcei-me para erguer a mão. Não conseguia. Não senti nada, nem a menor centelha de calor ou caridade. Então novamente sussurrei uma oração silenciosa. Jesus, não consigo perdoá-lo. Dá-me o Teu perdão. Ao tomar-lhe a mão, a coisa mais incrível aconteceu. Começando no ombro e ao longo do braço e através de minha mão senti uma corrente passar de mim para ele, enquanto meu coração se encheu de amor por aquele estranho, o que quase me tirou as forças. Então descobri que não é mais de nosso perdão e de nossa própria bondade que depende a cura do mundo, mas dos Dele. Quando Ele nos diz para amar nossos inimigos, Ele nos concede, junto com o mandamento, o próprio amor.”

Corrie ten Boom se tornou sã.”

(Élder Timothy J. Dyches, “Queres Ficar São?”, Conferência out/2013)

Muitas vezes me sinto como essa mulher. Já passei por algumas situações difíceis do tipo – não tanto quanto ela – em que tive que perdoar e esquecer coisas inimagináveis para mim. Que eu me achava “boa” em perdoar até ter que passar por isso, e algum tempo depois ainda tenho que pedir para que o Senhor me afaste certas lembranças da memória – que insistem em aparecer. O mesmo se aplica a outros princípios também. Por mais que demos o nosso melhor, com todo o esforço do fundo da alma, parece que nada acontece. É aí que entra o Senhor e Sua graça. Ele preenche aquilo, nos ajuda a ir além do nosso limite. Só com a própria ajuda Dele é que podemos seguir Seus passos e nos tornarmos excelentes, chegando ao ponto até de “amar os nossos inimigos” e “dar a outra face” quando nos ofendem.

Ele não espera que façamos tudo sozinhos. Aprendi numa aula do Instituto que, como na história acima, às vezes precisaremos fazer uma oração mais fervorosa do que “Senhor, dai-me força para passar por isso”. E sim, “Senhor, não consigo ter força, passe por isso comigo”. Quando Jesus Cristo sofreu no jardim do Getsêmani por nós, ele não sofreu apenas por nossos pecados, mas também por todas as aflições que precisaríamos passar. Ele entende nossas dificuldades, porque passou por isso, para que pudesse saber como nos ajudar depois.

Um menino estava tentando aplainar o terreno atrás de sua casa para poder brincar ali com seus carrinhos. Havia uma grande pedra atrapalhando seu trabalho. O menino empurrou e puxou com toda a força, mas, por mais que tentasse, a pedra não se movia.

O pai observou por um tempo e depois foi até o filho e disse: “Você precisa usar toda a sua força para mover uma pedra tão grande assim”.

O menino respondeu: “Eu usei toda a minha força!”.

O pai o corrigiu: “Não, não usou. Você ainda não pediu minha ajuda!”.

Eles se uniram no trabalho e moveram a pedra facilmente.

(...) Em vez de apenas resolver o problema Ele mesmo, o Senhor quer que desenvolvamos a fé que vai nos ajudar a depender Dele para resolver nossos problemas e confiar mais Nele. Depois poderemos sentir Seu amor mais constantemente, vê-lo mais vigorosamente, mais claramente, mais pessoalmente. Tornarmo-nos unidos a Ele e podemos nos tornar semelhantes a Ele.”

(Élder Terence M. Vinson, “Achegar-Nos a Deus”, Conferência out/2013)


Que possamos ter fé no Senhor e ser humildes a ponto de pedir a Ele que literalmente nos carregue e nos capacite quando for além de nosso limite – reconhecendo nossas fraquezas e dependência Dele

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