“Corrie ten Boom, uma
devota mulher cristã holandesa, descobriu essa cura, a despeito de ter sido
colocada em campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Ela sofreu
muito, mas, ao contrário de sua amada irmã Betsie, que faleceu em um dos
campos, Corrie sobreviveu. Depois da guerra, ela com frequência falava
publicamente de suas experiências de vida e de sua cura e de seu perdão.
Em
certa ocasião, o antigo guarda nazista que participara da amarga prisão de
Corrie em Ravensbrück, Alemanha, foi falar com ela, regozijando-se com sua
mensagem sobre o perdão e amor de Cristo.
“Como estou grato por
sua mensagem, Fraulein”, disse ele. “Ao pensar, como você disse, que Ele
eliminou meus pecados!”
“Ele estendeu a mão
para cumprimentar-me”, relembra Corrie. “E
eu, que havia pregado com tanta frequência (…) a necessidade do perdão, mantive
a mão abaixada. Mesmo quando os irados pensamentos de vingança ferviam
dentro de mim, eu vi os pecados deles. (…) Senhor
Jesus, orei, perdoa-me e ajuda-me a perdoá-lo. Tentei sorrir [e]
esforcei-me para erguer a mão. Não conseguia. Não senti nada, nem a menor
centelha de calor ou caridade. Então novamente sussurrei uma oração silenciosa.
Jesus, não consigo perdoá-lo. Dá-me o
Teu perdão. Ao tomar-lhe a mão, a coisa mais incrível aconteceu. Começando
no ombro e ao longo do braço e através de minha mão senti uma corrente passar
de mim para ele, enquanto meu coração se encheu de amor por aquele estranho, o
que quase me tirou as forças. Então descobri que não é mais de nosso perdão e
de nossa própria bondade que depende a cura do mundo, mas dos Dele. Quando Ele nos diz para amar nossos
inimigos, Ele nos concede, junto com o mandamento, o próprio amor.”
Corrie ten Boom se
tornou sã.”
(Élder Timothy J. Dyches,
“Queres Ficar São?”, Conferência out/2013)
Muitas vezes me sinto como essa mulher. Já passei por
algumas situações difíceis do tipo – não tanto quanto ela – em que tive que
perdoar e esquecer coisas inimagináveis para mim. Que eu me achava “boa” em perdoar
até ter que passar por isso, e algum tempo depois ainda tenho que pedir para
que o Senhor me afaste certas lembranças da memória – que insistem em aparecer.
O mesmo se aplica a outros princípios
também. Por mais que demos o nosso
melhor, com todo o esforço do fundo da alma, parece que nada acontece. É aí que
entra o Senhor e Sua graça. Ele preenche aquilo, nos ajuda a ir além do
nosso limite. Só com a própria ajuda Dele é que podemos seguir Seus passos e
nos tornarmos excelentes, chegando ao ponto até de “amar os nossos inimigos” e
“dar a outra face” quando nos ofendem.
Ele não espera que façamos tudo sozinhos. Aprendi numa aula
do Instituto que, como na história acima, às vezes precisaremos fazer uma
oração mais fervorosa do que “Senhor, dai-me força para passar por isso”. E sim, “Senhor, não consigo ter força, passe por isso comigo”.
Quando Jesus Cristo sofreu no jardim do Getsêmani por nós, ele não sofreu
apenas por nossos pecados, mas também por todas as aflições que precisaríamos
passar. Ele entende nossas dificuldades,
porque passou por isso, para que pudesse saber como nos ajudar depois.
“Um menino estava
tentando aplainar o terreno atrás de sua casa para poder brincar ali com seus
carrinhos. Havia uma grande pedra atrapalhando seu trabalho. O menino empurrou
e puxou com toda a força, mas, por mais que tentasse, a pedra não se movia.
O pai observou por um
tempo e depois foi até o filho e disse: “Você precisa usar toda a sua força
para mover uma pedra tão grande assim”.
O menino respondeu:
“Eu usei toda a minha força!”.
O pai o corrigiu: “Não, não usou. Você ainda não pediu minha
ajuda!”.
Eles se uniram no
trabalho e moveram a pedra facilmente.
(...) Em vez de
apenas resolver o problema Ele mesmo, o
Senhor quer que desenvolvamos a fé que vai nos ajudar a depender Dele para
resolver nossos problemas e confiar mais Nele. Depois poderemos sentir Seu
amor mais constantemente, vê-lo mais vigorosamente, mais claramente, mais
pessoalmente. Tornarmo-nos unidos a Ele e podemos nos tornar semelhantes a Ele.”
(Élder Terence M.
Vinson, “Achegar-Nos a Deus”, Conferência out/2013)
Que possamos ter fé no Senhor e ser humildes a ponto de
pedir a Ele que literalmente nos carregue e nos capacite quando for além de
nosso limite – reconhecendo nossas fraquezas e dependência Dele.
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